" É no problema da educação que se assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade." Immanuel Kant

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Projetos de Trabalho


                     Os projetos de trabalho fazem parte de uma concepção pedagógica que pretende ressignificar a prática educativa. Vincular a aprendizagem a situações reais é algo inovador e transgressor, já que ressitua a concepção tradicional conteudista da escola. Professor e aluno se tornam ativos no processo de ensino aprendizagem e dialogam o tempo todo com os saberes oriundos das descobertas, da construção do conhecimento. As disciplinas escolares compõe, desta forma, os interesses dos educandos e deixam de ocupar apenas o currículo para se transformarem em conhecimentos inerentes à vida do aluno. Como nos esclarece HERNÁNDEZ (2000):

Trabalhar a partir de projetos pressupõe não se verem meninos e meninas só como alunos, como aprendizes, mas como sujeitos, levando em conta suas histórias, suas biografias, suas preocupações. Introduz-se a pesquisa em sala de aula. Os alunos aprendem a pesquisar e a utilizar esta prática no futuro, autonomamente, em outros momentos de suas vidas. Enfim, redefine-se o papel dos conteúdos, das disciplinas, da organização do tempo e do espaço.

À medida que os alunos estabelecem as estratégias de busca, organização e estudo de diferentes formas de pesquisa, novos conceitos e habilidades vão sendo apreendidos mediante a construção do conhecimento de forma individual e/ou coletiva. A cooperação entre educador e educandos torna todos co-participantes do processo de busca sem que haja detentores dos saberes, o que torna a educação uma forma mais democrática e igualitária de acesso ao conhecimento.
As respostas resultam na formação de novos conceitos e de novas indagações, o que proporciona matéria para novas buscas, novos projetos resultando numa prática sempre conectada às diferentes disciplinas para a efetiva compreensão da realidade.

Essa perspectiva enfatiza a problematização de situações e a busca efetiva de soluções como caminho para envolver os alunos em um processo rico e dinâmico, no qual vão aprendendo, de forma não fragmentada, a compreender e a intervir no mundo em que vivem. (MEC, 1998)

A aprendizagem, realmente torna-se mais significativa e prazerosa. A necessidade de conhecer o mundo em que estamos de forma significativa nos é ilustrada por MORIN (2003):

No momento em que o planeta tem, cada vez mais, necessidade de mentes aptas para analisar e resolver na sua complexidade os seus problemas fundamentais e globais, os sistemas de ensino, em todos os países, continuam a parcelar e a separar os conhecimentos que deveriam ser religados, continuam a formar mentes que apenas privilegiam uma única dimensão dos problemas, ocultando os outros. Assim, a nossa formação escolar e universitária continua a fazer de nós cegos políticos e impede-nos de assumir nossa condição terrestre. Daí a urgência vital de se educar para a era planetária. 

Morin nos traz a perspectiva de que nossa era carece de sujeitos autônomos que necessitam do pensamento complexo. Os projetos de trabalho, desta maneira, capacitam o indivíduo a buscar as respostas, a ter indagações pertinentes ao mundo que o cerca. 
A finalidade social a que os projetos de trabalho se prestam justifica sua prática e se torna o motivo pelo qual o educador deve se aperfeiçoar constantemente na busca pelos meios que levam à prática de fomentar a equidade e a justiça social.

Bibliografia utilizada:
HERNÁNDEZ, Fernando. Jornal do Brasil, 27/08/2000.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, Secretaria de Educação a Distância. Diários, Projetos de Trabalho. Cadernos da TV Escola. PCN na escola. Brasília, 1998.
MORIN, Edgar. Educar para a Era Planetária. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

História de superação e confiança!!!

Nem tudo é como esperamos..do jeito que esperamos e nem quando precisamos...
Mas confiar é fundamental!!!


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Videoclipe abordando o tema AUTISMO

A cantora Fantine (ex-integrante do grupo Rouge) lançou um videoclipe que a Revista Autismo abraçou como trilha sonora de seu vídeo institucional... pois retrata muito bem a luta dos pais para ir até o fim nesta batalha de conquistar mais qualidade de vida para seus filhos... Divulgo aqui o vídeo institucional da Revista Autismo... Lindo demais...


O link é: http://www.revistaautismo.com.br/noticias/fantine-lanca-videoclipe-sobre-autismo

Educação Inclusiva

Mais uma vez venho abordar este tema...como todos que me conhecem já sabem, sou militante desta causa...
Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza desigualdades".

BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS

A presença da intolerância nas relações humanas é frequentemente manipulada pelos interesses da maioria, das elites, daqueles que são considerados eficientes pela sociedade de consumo, que valoriza os padrões de produtividade e quantidade em detrimento da qualidade das características humanas.
Este tema envolve muitas questões como pluralidade de etnias, multiculturalismo, inclusão social, entre outros. Como nos esclarece a Declaração de Salamanca:

"todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras, inclusive crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros grupos marginalizados."

              Pensamos, portanto, no papel da escola formal diante deste universo heterogêneo. A escola é foco de discussões acerca de questões que envolvem o respeito às diferenças, porém confrontada por uma sociedade cada vez mais competitiva. É preciso levar em conta as necessidades cada vez mais urgentes dos alunos, de se criar um ambiente favorável para se aprender com prazer, considerando a todos, principalmente, os alunos com deficiência e os que apresentam alguma necessidade educacional especial. O ambiente escolar precisa ser mais envolto de sentido que de pragmatismo. 
            As necessidades educacionais especiais que qualquer indivíduo pode ter ao longo de sua vida impulsionam a reflexão sobre maneiras diferentes de se avaliar, de ensinar e de adaptar os recursos pedagógicos às necessidades dos alunos. Um olhar individualizado sobre os educandos proporciona uma educação pautada na justiça social, sem privilégios de alguns. Quando encaramos o indivíduo como um ser dotado de particularidades, não alimentamos nem reproduzimos desigualdades. Esse olhar multifacetado leva o educador a atuar de forma dinâmica, planejando e replanejando suas aulas com flexibilidade, levando em consideração as especificidades e as necessidades do grupo que nada tem a ver com incapacidades, mas sim com processos diferenciados de aprendizagem.  Neste contexto, as adaptações curriculares fazem toda a diferença no planejamento escolar. É necessário que se molde o conteúdo a ser ensinado às necessidades dos alunos, traçando as propostas de forma diversificada, contemplando o desenvolvimento acadêmico e social de todos os alunos.
 Os desafios que o professor lança na construção da aprendizagem pelos alunos são facilitados e alcançados através de atividades lúdicas, vivenciais e significativas. Não há um padrão de aprendizagem, mas um ritmo individual que necessita ser respeitado e estimulado através de recursos ilustrativos, com apelo visual, auditivo, motor, olfativo que motive as percepções sensoriais dos alunos e provoquem a aprendizagem significativa. A acessibilidade do currículo, do espaço, da linguagem é direito do aluno e deve ser assegurada pela gestão escolar e pelos professores através da prática pedagógica diversificada mencionada anteriormente, bem como através da modificação do espaço educativo às necessidades dos alunos e da acessibilidade comunicativa, que facilita a comunicação dos alunos com dificuldades comunicativas, surdos ou não-verbais.
            A inclusão de todos os alunos no ambiente escolar implica numa mudança de paradigma conceitual, pois passamos da escola calcada no mérito para a escola inclusiva que visa a participação de todos no processo educativo, provocando uma ressignificação das práticas pedagógicas e das concepções pedagógicas vigentes. Para isso, temos de reeducar nosso olhar e nos conscientizar do papel social que desempenhamos enquanto educadores. Não somente os alunos com deficiência intelectual, transtorno global de desenvolvimento, cegueira ou surdez devem ser incluídos neste processo, mas todos devem ter o direito de participar do processo educativo. E cabe ao educador, engajado nas urgências sociais de uma convivência mais justa, se tornar professor-pesquisador fazendo de sua prática diária um exercício de aprendizados e construções significativas.

Fonte consultada: