" É no problema da educação que se assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade." Immanuel Kant

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Projetos de Trabalho


                     Os projetos de trabalho fazem parte de uma concepção pedagógica que pretende ressignificar a prática educativa. Vincular a aprendizagem a situações reais é algo inovador e transgressor, já que ressitua a concepção tradicional conteudista da escola. Professor e aluno se tornam ativos no processo de ensino aprendizagem e dialogam o tempo todo com os saberes oriundos das descobertas, da construção do conhecimento. As disciplinas escolares compõe, desta forma, os interesses dos educandos e deixam de ocupar apenas o currículo para se transformarem em conhecimentos inerentes à vida do aluno. Como nos esclarece HERNÁNDEZ (2000):

Trabalhar a partir de projetos pressupõe não se verem meninos e meninas só como alunos, como aprendizes, mas como sujeitos, levando em conta suas histórias, suas biografias, suas preocupações. Introduz-se a pesquisa em sala de aula. Os alunos aprendem a pesquisar e a utilizar esta prática no futuro, autonomamente, em outros momentos de suas vidas. Enfim, redefine-se o papel dos conteúdos, das disciplinas, da organização do tempo e do espaço.

À medida que os alunos estabelecem as estratégias de busca, organização e estudo de diferentes formas de pesquisa, novos conceitos e habilidades vão sendo apreendidos mediante a construção do conhecimento de forma individual e/ou coletiva. A cooperação entre educador e educandos torna todos co-participantes do processo de busca sem que haja detentores dos saberes, o que torna a educação uma forma mais democrática e igualitária de acesso ao conhecimento.
As respostas resultam na formação de novos conceitos e de novas indagações, o que proporciona matéria para novas buscas, novos projetos resultando numa prática sempre conectada às diferentes disciplinas para a efetiva compreensão da realidade.

Essa perspectiva enfatiza a problematização de situações e a busca efetiva de soluções como caminho para envolver os alunos em um processo rico e dinâmico, no qual vão aprendendo, de forma não fragmentada, a compreender e a intervir no mundo em que vivem. (MEC, 1998)

A aprendizagem, realmente torna-se mais significativa e prazerosa. A necessidade de conhecer o mundo em que estamos de forma significativa nos é ilustrada por MORIN (2003):

No momento em que o planeta tem, cada vez mais, necessidade de mentes aptas para analisar e resolver na sua complexidade os seus problemas fundamentais e globais, os sistemas de ensino, em todos os países, continuam a parcelar e a separar os conhecimentos que deveriam ser religados, continuam a formar mentes que apenas privilegiam uma única dimensão dos problemas, ocultando os outros. Assim, a nossa formação escolar e universitária continua a fazer de nós cegos políticos e impede-nos de assumir nossa condição terrestre. Daí a urgência vital de se educar para a era planetária. 

Morin nos traz a perspectiva de que nossa era carece de sujeitos autônomos que necessitam do pensamento complexo. Os projetos de trabalho, desta maneira, capacitam o indivíduo a buscar as respostas, a ter indagações pertinentes ao mundo que o cerca. 
A finalidade social a que os projetos de trabalho se prestam justifica sua prática e se torna o motivo pelo qual o educador deve se aperfeiçoar constantemente na busca pelos meios que levam à prática de fomentar a equidade e a justiça social.

Bibliografia utilizada:
HERNÁNDEZ, Fernando. Jornal do Brasil, 27/08/2000.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, Secretaria de Educação a Distância. Diários, Projetos de Trabalho. Cadernos da TV Escola. PCN na escola. Brasília, 1998.
MORIN, Edgar. Educar para a Era Planetária. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

História de superação e confiança!!!

Nem tudo é como esperamos..do jeito que esperamos e nem quando precisamos...
Mas confiar é fundamental!!!


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Videoclipe abordando o tema AUTISMO

A cantora Fantine (ex-integrante do grupo Rouge) lançou um videoclipe que a Revista Autismo abraçou como trilha sonora de seu vídeo institucional... pois retrata muito bem a luta dos pais para ir até o fim nesta batalha de conquistar mais qualidade de vida para seus filhos... Divulgo aqui o vídeo institucional da Revista Autismo... Lindo demais...


O link é: http://www.revistaautismo.com.br/noticias/fantine-lanca-videoclipe-sobre-autismo

Educação Inclusiva

Mais uma vez venho abordar este tema...como todos que me conhecem já sabem, sou militante desta causa...
Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza desigualdades".

BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS

A presença da intolerância nas relações humanas é frequentemente manipulada pelos interesses da maioria, das elites, daqueles que são considerados eficientes pela sociedade de consumo, que valoriza os padrões de produtividade e quantidade em detrimento da qualidade das características humanas.
Este tema envolve muitas questões como pluralidade de etnias, multiculturalismo, inclusão social, entre outros. Como nos esclarece a Declaração de Salamanca:

"todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras, inclusive crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros grupos marginalizados."

              Pensamos, portanto, no papel da escola formal diante deste universo heterogêneo. A escola é foco de discussões acerca de questões que envolvem o respeito às diferenças, porém confrontada por uma sociedade cada vez mais competitiva. É preciso levar em conta as necessidades cada vez mais urgentes dos alunos, de se criar um ambiente favorável para se aprender com prazer, considerando a todos, principalmente, os alunos com deficiência e os que apresentam alguma necessidade educacional especial. O ambiente escolar precisa ser mais envolto de sentido que de pragmatismo. 
            As necessidades educacionais especiais que qualquer indivíduo pode ter ao longo de sua vida impulsionam a reflexão sobre maneiras diferentes de se avaliar, de ensinar e de adaptar os recursos pedagógicos às necessidades dos alunos. Um olhar individualizado sobre os educandos proporciona uma educação pautada na justiça social, sem privilégios de alguns. Quando encaramos o indivíduo como um ser dotado de particularidades, não alimentamos nem reproduzimos desigualdades. Esse olhar multifacetado leva o educador a atuar de forma dinâmica, planejando e replanejando suas aulas com flexibilidade, levando em consideração as especificidades e as necessidades do grupo que nada tem a ver com incapacidades, mas sim com processos diferenciados de aprendizagem.  Neste contexto, as adaptações curriculares fazem toda a diferença no planejamento escolar. É necessário que se molde o conteúdo a ser ensinado às necessidades dos alunos, traçando as propostas de forma diversificada, contemplando o desenvolvimento acadêmico e social de todos os alunos.
 Os desafios que o professor lança na construção da aprendizagem pelos alunos são facilitados e alcançados através de atividades lúdicas, vivenciais e significativas. Não há um padrão de aprendizagem, mas um ritmo individual que necessita ser respeitado e estimulado através de recursos ilustrativos, com apelo visual, auditivo, motor, olfativo que motive as percepções sensoriais dos alunos e provoquem a aprendizagem significativa. A acessibilidade do currículo, do espaço, da linguagem é direito do aluno e deve ser assegurada pela gestão escolar e pelos professores através da prática pedagógica diversificada mencionada anteriormente, bem como através da modificação do espaço educativo às necessidades dos alunos e da acessibilidade comunicativa, que facilita a comunicação dos alunos com dificuldades comunicativas, surdos ou não-verbais.
            A inclusão de todos os alunos no ambiente escolar implica numa mudança de paradigma conceitual, pois passamos da escola calcada no mérito para a escola inclusiva que visa a participação de todos no processo educativo, provocando uma ressignificação das práticas pedagógicas e das concepções pedagógicas vigentes. Para isso, temos de reeducar nosso olhar e nos conscientizar do papel social que desempenhamos enquanto educadores. Não somente os alunos com deficiência intelectual, transtorno global de desenvolvimento, cegueira ou surdez devem ser incluídos neste processo, mas todos devem ter o direito de participar do processo educativo. E cabe ao educador, engajado nas urgências sociais de uma convivência mais justa, se tornar professor-pesquisador fazendo de sua prática diária um exercício de aprendizados e construções significativas.

Fonte consultada:

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Modelos de avaliação escolar


É muito interessante refletir sobre os modelos de avaliação que adotamos como educadores. A avaliação deve nortear sempre o processo de ensino-aprendizagem, seja ela de maneira formativa, quantitativa ou qualitativa.

Tanto no paradigma objetivista quanto no subjetivista, ela fornece valiosas informações sobre o educando.
O educador deve estar sempre atento ao seu aluno, individualmente. 
Indico uma fonte de leitura muito boa que nos oferece um modelo de avaliação democrática, a escola de Summerhill que adota a escolaridade livre e co-educativa, preferindo a diversidade e o respeito em detrimento de regras autoritárias. Talvez nossa educação ainda esteja muito longe deste modelo, mas vale a pena conferir e AVALIAR!!!


"Todos os crimes, todos os ódios, todas as guerras podem ser reduzidas a infelicidade", escreveu AS Neill, fundador da Escola de Summerhill.


LINK:
http://www.summerhillschool.co.uk/pages/index.html

Meu ponto de vista...


A democratização da escola pública implica numa mudança de paradigma conceitual, pois passamos da escola calcada no mérito para a escola que adota a educação popular, visando à participação de todos no processo educativo, provocando uma ressignificação das práticas e das concepções pedagógicas vigentes. Para isso, urge a conscientização do papel social que desempenhamos enquanto educadores.
A avaliação, portanto, assume muito mais um caráter participativo, onde os sujeitos podem participar do seu processo de ensino aprendizagem, expressando juízos, dialogando e desenvolvendo, desta forma, sua autonomia. Este caráter da avaliação contribui para a formação de indivíduos mais críticos, pois o encontro com o outro auxilia na elaboração de projetos coletivos que incidem positivamente na sociedade em favor das classes populares.
A avaliação como auxílio na tomada de decisão leva o educador a diagnosticar possíveis mudanças de estratégias de ensino. Assim, o olhar individualizado sobre os educandos proporciona uma educação pautada na justiça social, sem privilégios de alguns. Quando encaramos o indivíduo como um ser dotado de particularidades, não alimentamos nem reproduzimos desigualdades. Esse olhar multifacetado leva o educador a atuar de forma dinâmica, utilizando os resultados da avaliação para planejar e replanejar suas aulas com flexibilidade, levando em consideração as especificidades e as necessidades do grupo que nada tem a ver com incapacidades, mas sim com processos diferenciados de aprendizagem. 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Contra o fechamento do IBC!!!



Mais do que informações e cultura, muitas vezes é necessário manifestar-se a favor ou contra atitudes.
Venho aqui hoje me manifestar contra a medida que o MEC tomou, a de fechar o Instituto Benjamin Constant e o Ines. Estas instituições atendem pessoas portadoras de necessidades especiais.
É fato que a estrutura de ensino pública vigente em nosso país ainda é muito precária e não consegue abarcar as necessidades dos alunos especiais.  Nos locais especializados, como o IBC, o Ines, entre outros, as crianças são estimuladas a vencerem suas limitações e a terem mais independência. Somente com um atendimento especializado, poderão obter alguma inclusão social. Parece-me muito incoerente e injusto que num tempo onde se fala de inclusão social e respeito às diferenças se acabe com as oportunidades de evolução que estas pessoas têm.
Lembro dos conceitos de integração e inclusão. Integração é apenas colocar o aluno PNNE em uma sala de aula e esperar que ele se adeque. A inclusão é oferecer todo o suporte necessário para que o educando evolua. Ora, as instituições especializadas são fundamentais neste mecanismo de inclusão, oferecendo o suporte para que os alunos PNNE tenham condições de participar efetivamente do mundo!

É necessário que haja uma movimentação de todos os segmentos da sociedade em favor dos direitos das pessoas com deficiência. Assinem o abaixo assinado contra o fim do IBC:

O Instituto Benjamin Constant fica na Av. Pasteur – Urca (Próximo a Botafogo, na calçada do campus Praia Vermelha da UFRJ e UNI-RIO) caso queira conhecer ou participar da passeata.
Site do Instituto Benjamin Constant: http://www.ibc.gov.br/


terça-feira, 28 de junho de 2011

Educação de Jovens e Adultos

O direito à educação para pessoas jovens e adultas na atualidade abrange o débito que a sociedade tem para com estes indivíduos historicamente, pois ao longo do tempo este direito educacional tem lhes sido negado. Ainda na infância, o processo educacional, muitas vezes é algo afastado da realidade dos educandos, o que acaba por incapacitá-los, afastando-os da vida escolar ainda muito cedo. Mais tarde, quando jovens e adultos, conscientes da necessidade dos saberes escolares formais tentam voltar para a escola, há pouca oferta de vagas ou oferta inadequada ao tempo e espaço que vivem, revelando uma distância entre o texto da lei e a prática, que exclui a EJA dos orçamentos públicos e a trata através de programas efêmeros, sem profundidade nem alcance.
O direito, pressuposto em lei, vai de encontro com a falta de engajamento dessa população com a reivindicação deste direito. Como todo direito nasce de uma demanda social, conclui-se que falta esta demanda, não fisicamente, mas em termos de luta de conscientização popular desta necessidade.
Esta dificuldade é ainda aumenta por outros fatores, como a formação profissional docente inadequada para lidar com jovens e adultos, que propõe concepções impróprias ao tempo, com discursos diferenciados das práticas. A falta de um aprendizado significativo para toda vida retira o sentido da prática escolar e afasta esta clientela. Decifrar o código da língua apenas, ou seja, alfabetizar-se, não é suficiente para atingir aos objetivos com a EJA. A produção de conhecimentos pelos alunos e a humanização deve ser a vertente para a escolarização significativa nesse tempo.
Portanto é necessário que haja efetiva demanda social, com a cobrança de todos, para que a lei saia do papel e ganhe relevo através de práticas expressivas.
O trabalho com a EJA pressupõe uma educação continuada, encarada como um processo de longo prazo, onde o aprendizado acontece por toda a vida. Este novo conceito apresenta novos desafios às práticas docentes, com maior relacionamento entre sistemas formais e não formais, necessidade de criatividade e flexibilidade, onde as pessoas consideradas adultas desenvolvam suas habilidades pela sociedade afora e por toda vida, traçando um parâmetro de direito e responsabilidade compartilhada no tocante a educação de jovens e adultos.
            Ao estabelecer que o aprendizado acontece por toda a vida, retira-se o caráter efêmero da educação e atribui-se significado a ela. A educação é um processo contínuo e carregado de significações e mudança de significados que ocorrem por toda a vida. O jovem e o adulto encaram a vida e o mundo de uma forma diferente de quando eram crianças, por isso, as concepções educacionais no processo de escolarização deles devem ser coerentes com seu parâmetro de vida.
 Ainda que o orçamento público não dê o relevo que a EJA merece, o ideário começa a se modificar, marcando a necessidade de se refletir criticamente sobre um processo que nunca tem fim, o educativo; e sobre a atuação da pessoa adulta na sociedade, mais consciente e ativa, por meio da valorização de seu papel social, que reflete suas atitudes na preservação do planeta, na luta pelos seus direitos e no cumprimento de seus deveres, como cidadãos autônomos.

ESPORTES COLETIVOS

Esportes coletivos são super importantes para que as crianças exercitem a cooperação e a solidariedade, além de favorecer o espírito de equipe, algo muito importante na vida adulta e em falta na atualidade. 
Muito boa esta matéria da revista Nova Escola!
Vale a pena conferir as dicas e as dúvidas respondidas.



http://revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/pratica-pedagogica/7-perguntas-respostas-esportes-coletivos-629251.shtml

terça-feira, 10 de maio de 2011

Pense! Reflita! Filosofe!

Escola: Muita expectativa sobre ela?
O que é a escola hoje? Qual sua função social?
No Programa “Ser ou não Ser”, a filósofa Viviane Mosé traz estes e outros questionamentos...


sábado, 7 de maio de 2011

Refletindo um pouco mais sobre Educação Inclusiva...

Mario Quintana
"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as
imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter
consciência de que é dono do seu destino.

"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria,
e só têm olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o
apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer
garantir seus tostões no fim do mês.

"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da
máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de
sua ajuda.

"Diabético" é quem não consegue ser doce.

"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.



(...)


Mário Quintana

domingo, 1 de maio de 2011

Arte na Escola

Que tal incentivar os alunos a "fazerem arte" com material concreto? Eles poderão utilizar papéis, pedaços de madeira coloridas ou não, carvão, etc. Ora, eles já não fazem isso toda vez que propomos trabalhar com Material Dourado ou com os Blocos Lógicos? Querem logo construir castelos, pontes, carros... Sistematizando a coisa, podemos aliar à forma um valioso mecanismo de expressividade através da Arte!!!

Amilcar de Castro
Como inspiração, sugiro as obras de Amilcar de Castro. E como referencial teórico sobre este fenomenal artista, indico um vídeo de Ferreira Gullar, falando sobre Amilcar!!! Neste vídeo, que compõe a série de DVD'S Cutura para educação II, do programa Sempre um Papo, Gullar, além de falar sobre Amilcar, traça um panorama da arte brasileira. Vale a pena conferir!


  

Para Refletir...

 Zygmunt Bauman é um sociólogo polaco. Aborda em sua obra como passamos para uma “modernidade líquida”. A rapidez e a superficialidade do consumismo exacerbado vão de encontro com as maneiras de ensinar e educar com que estávamos acostumados. Neste mundo saturado de informações, os educadores se deparam com a necessidade de criar novas maneiras de ensinar e aprender...

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Zygmunt bauman: entrevista sobre a educação. Desafios pedagógicos e modernidade líquida 
Alba Porcheddu
Tradução: Neide Luzia de Rezende e Marcello Bulgarelli


 Zygmunt Bauman (Polônia, 1925). Sociólogo, catedrático emérito de Sociologia nas Universidades de Leeds e Varsóvia, autor de diversos ensaios, entre os quais se encontram: Globalização: as consequências humanas (1999), Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria (2008), Em busca da política (2000), Modernidade líquida (2001), Vidas desperdiçadas (2005). Seus trabalhos contribuíram para a edificação de um complexo e completo instrumental conceitual em torno da sociedade moderna. (...)


Pergunta (P): A educação foi concebida desde o iluminismo como um sistema fortemente estruturado; em tempos mais recentes, a Bildung tem sido interpretada primeiro como um processo, depois até como um "produto" para transmitir e conservar o conhecimento.
No mutável mundo de hoje, onde "correr é melhor que caminhar", onde triunfam entre os jovens a obviedade e as ideologias, o senhor considera ainda plausível uma educação voltada para "fixar em uma forma" a personalidade dos jovens através de um percurso formativo determinado?

Resposta (R): A história da pedagogia esteve repleta de períodos cruciais em que ficou evidente que os pressupostos e as estratégias experimentadas e aparentemente confiáveis estavam perdendo terreno em relação à realidade e precisavam, pois, ser revistos ou reformados. Todavia, parece que a crise atual é diversa daquelas do passado. Os desafios do nosso tempo infligem um duro golpe à verdadeira essência da ideia de pedagogia formada nos albores da longa história da civilização: problematizam-se as "invariantes" da ideia, as características constitutivas da própria pedagogia (que, incólumes, resistiram às mudanças do passado); convicções nunca antes criticadas são agora consideradas culpadas de ter seguido o seu curso e, portanto, precisam ser substituídas.
No mundo líquido moderno, de fato, a solidez das coisas, tanto quanto a solidez das relações humanas, vem sendo interpretada como uma ameaça: qualquer juramento de fidelidade, compromissos em longo prazo prenunciam um futuro sobrecarregado de vínculos que limitam a liberdade de movimento e reduzem a capacidade de agarrar no vôo as novas e ainda desconhecidas oportunidades. A perspectiva de assumir uma coisa pelo resto da vida é absolutamente repugnante e assustadora. E dado que inclusive as coisas mais desejadas envelhecem rapidamente, não é de espantar se elas logo perdem o brilho e se transformam, em pouco tempo, de distintivo de honra em marca de vergonha. (...)
A capacidade de durar bastante não é mais uma qualidade a favor das coisas. Presume-se que as coisas e as relações são úteis apenas por um "tempo fixo" e são reduzidas a farrapos ou eliminadas uma vez que se tornam inúteis. Portanto é necessário evitar ter bens, sobretudo aqueles duráveis, dos quais é difícil se desprender. O consumismo de hoje não visa ao acúmulo de coisas, mas à sua máxima utilização. Por qual motivo, então, "a bagagem de conhecimentos" construída nos bancos da escola, na universidade, deveria ser excluída dessa lei universal? Este é o primeiro desafio que a pedagogia deve enfrentar, ou seja, um tipo de conhecimento pronto para utilização imediata e, sucessivamente, para sua imediata eliminação, como aquele oferecido pelos programas de software (atualizados cada vez mais rapidamente e, portanto, substituídos), que se mostra muito mais atraente do que aquele proposto por uma educação sólida e estruturada.
Em consequência, a ideia de que a pedagogia também possa ser um "produto" destinado à apropriação e à conservação, é uma ideia desagradável e contrária à pedagogia institucionalizada. Para convencer as crianças da importância do conhecimento e do uso da aprendizagem, os pais de antigamente lhes diziam que "ninguém nunca poderá roubar a sua cultura"; o que soava como uma promessa encorajadora para os filhos de então, seria uma horrenda perspectiva para os jovens de hoje. Os compromissos tendem a ser evitados, a menos que venham acompanhados de uma cláusula de "até nova ordem". [...]
O segundo desafio para os pressupostos basilares da pedagogia deriva da natureza excêntrica e essencialmente imprevisível das mudanças contemporâneas, o que reforça o primeiro desafio. O conhecimento sempre foi valorizado por sua fiel representação do mundo, mas o que aconteceria se o mundo mudasse, recusando continuamente a verdade do conhecimento ainda existente e pegando de surpresa inclusive as pessoas "mais bem informadas"? Werner Jaeger, autor de estudos clássicos sobre as antigas origens dos conceitos de pedagogia e aprendizagem, acreditava que a ideia de pedagogia (Bildung, formação) tenha nascido de duas hipóteses idênticas: aquela da ordem imutável do mundo que está na base de toda a variedade da experiência humana e aquela da natureza igualmente eterna das leis que regem a natureza humana. A primeira hipótese justificava a necessidade e as vantagens da transmissão do conhecimento dos professores aos alunos. A segunda incutia no professor a autossegurança necessária para esculpir a personalidade dos alunos e, como o escultor com o mármore, pressupunha que o modelo fosse sempre justo, belo e bom, portanto virtuoso e nobre. Se as ideias de Jaeger fossem corretas (e não foram refutadas), significaria que a pedagogia, como a entendemos, se encontraria em dificuldades, porque hoje é necessário um esforço enorme para sustentar essas hipóteses e outro ainda maior para reconhecê-las como incontestáveis.[...]
Segundo o que há muito observou Ralph Waldo, quando se patina sobre gelo fino a salvação está na velocidade. Seria bom aconselhar àqueles que buscam a salvação a se moverem bastante rápido de modo a não arriscar pôr à prova a resistência do "problema". No mundo mutável da modernidade líquida, onde dificilmente as figuras conseguem manter a sua forma por tempo suficiente para dar confiança e solidificar-se de modo a oferecer garantia a longo prazo (em cada caso, não é possível dizer quando e se se solidificarão e com que pequena probabilidade, no caso de isso ocorrer), caminhar é melhor do que ficar sentado, correr é melhor que caminhar e surfar é melhor que correr. As vantagens do surf estão na rapidez e vivacidade do surfista; por outro lado, o surfista não deve ser exigente ao escolher as marés e deve estar sempre pronto a deixar de lado suas habituais preferências.
Tudo isto não corresponde àquilo que a aprendizagem e a pedagogia superaram na maior parte do seu curso histórico. Afinal, foram criadas na medida de um mundo duradouro, na esperança de que este permanecesse assim e fosse ainda mais durável do que havia sido até então. Em um mundo desse tipo, a memória era um elemento precioso e seu valor aumentava quanto mais conseguisse recuar e durar. Hoje esse tipo de memória firmemente consolidada, demonstra-se em muitos casos potencialmente incapacitante, em muitos outros enganosa e quase sempre inútil. É surpreendente pensar até que ponto a rápida e espetacular carreira dos servidores e das redes eletrônicas tem a ver com os problemas de memorização, de eliminação e reciclagem dos descartes que os próprios servidores prometiam resolver; com uma memorização que procurava mais descartes que produtos utilizáveis e sem ter um modo confiável para decidir de antemão quais, entre os produtos aparentemente úteis, se tornariam logo fora de moda e quais, entre aqueles aparentemente inúteis, haveriam de gozar de um súbito crescimento de demanda. A possibilidade de armazenar todas as informações dentro de recipientes mantidos a uma devida distância dos cérebros (onde as informações armazenadas poderiam subrepticiamente controlar o comportamento), parecia uma proposta providencial e atraente.
O problema é que apenas a reforma das estratégias educativas, apesar de engenhosa e completa, pode fazer pouco ou nada. O ritual agressivo e repetitivo da corte do spinarello ou o repentino chamado da estratégia de vida de Don Giovanni não podem ser atribuídos aos educadores como culpas e negligências. O tipo de mundo para o qual a escola preparava os jovens, como descrito por Myers ou Jaeger, era diverso daquele que os esperava fora da escola. No mundo de hoje, se espera que os seres humanos busquem soluções privadas para os problemas derivados da sociedade e não soluções derivadas da sociedade para problemas privados.
Durante a fase "sólida" da historia moderna, o cenário das ações humanas era criado para emular, o quanto possível, o modelo do labirinto dos comportamentistas, no qual a diferença entre os caminhos certos e errados era clara e fixa, de modo que aqueles que erravam ou recusavam os caminhos
certos eram constante e imediatamente punidos, enquanto aqueles que os seguiam obediente e velozmente eram recompensados. Na época moderna as grandes fábricas "fordistas" e o recrutamento de massas para os exércitos, os dois braços mais longos do poder panótico, eram a personificação completa da tendência à rotina dos estímulos e da reação aos estímulos. O "domínio" consistia no direito de estabelecer leis infringíveis, vigiar o seu cumprimento, determinar obrigações para se seguir sob vigilância, realinhar os desviantes ou excluí-los, no caso do fracasso do esforço de reformá-los. Esse modelo de dominação exigia um compromisso recíproco e constante dos administradores e dos administrados. [...] A modernidade "sólida" era verdadeiramente a era dos princípios duradouros e concernia, sobretudo, aos princípios duráveis que eram conduzidos e vigiados com grande atenção.
Na fase "líquida" da modernidade, a demanda por funções de gestão convencionais se exaure rapidamente. A dominação pode ser obtida e garantida com um dispêndio de energia, tempo e dinheiro muito menor: com a ameaça do descompromisso, ou da recusa do compromisso, mais do que com um controle ou uma vigilância inoportunos. A ameaça do descompromisso arrasta o onus probandi para o outro lado dominado. Agora, cabe aos subordinados comportar-se de modo a obter consensos perante os chefes e levá-los a "adquirir" seus serviços e seus produtos criados individualmente (assim como os outros produtores e comerciantes procuram persuadir os prováveis clientes a desejar as mercadorias à venda). "Seguir a rotina" não seria suficiente para alcançar esse objetivo. Como descobriu Luc Boltanski e Ève Chiapelo, quem quiser obter sucesso na organização que substituiu o modelo dos princípios da ocupação que podemos definir como "labirinto para ratos", deve demonstrar jovialidade e capacidade comunicativa, abertura e curiosidade, pondo à venda a própria pessoa, no seu todo, como valor único e insubstituível para aumentar a qualidade da equipe. Agora é tarefa dos empregados, atuais ou futuros, se "autocontrolarem" para garantir serviços convincentes e provavelmente aprovados, mesmo nos casos de mudança do gosto dos observadores; ao contrario, os chefes não são obrigados a reprimir as idiossincrasias de seus subordinados, a homogeneizar os seus comportamentos nem encerrar suas ações no interior da rígida estrutura da rotina.
No passado, a pedagogia assumiu diversas formas e se mostrou capaz de adaptar-se às mudanças, de fixar-se novos objetivos e criar novas estratégias. Todavia, deixe-me repetir que as mudanças de hoje são diferentes daquelas ocorridas no passado. Nenhuma reviravolta da história humana pôs os educadores diante de desafios comparáveis a esses decisivos de nossos dias. Simplesmente não havíamos estado até agora em situação semelhante. A arte de viver em um mundo ultrassaturado de informações ainda deve ser aprendida, assim como a arte ainda mais difícil de educar o ser humano neste novo modo de viver.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Saúde Mental, por Rubem Alves


“Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado...” Rubem Alves


Sou Educadora!!!

"...O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer... " - Rubem Alves




domingo, 24 de abril de 2011

Filosofia

O trabalho com a Filosofia permite o desenvolvimento da habilidade crítica. Os momentos de discussão sobre a sociedade, a vida, as relações humanas, ou qualquer que seja o tema, torna o educando capaz de pensar sob uma base crítica que o permite construir suas próprias ideias.
O contato com as teorias já elaboradas pelos filósofos possibilita um (re)conhecimento de ideias, atitudes e posicionamentos num mecanismo de interlocução com os aprendizes! A conquista do conhecimento e da produção de conhecimento depende do estudo e do engajamento político e social que os pequenos cidadãos tenham, e isto só é possível através de atitudes autônomas e responsáveis. A transformação da realidade só pode ser alcançada através da atuação mais consciente dos indivíduos.
O estudo da filosofia proporciona uma mudança de paradigma, onde o indivíduo se reconhece capaz de pensar por si mesmo, divagar e construir novas formas de ver o mundo!
Aí vai algumas dicas de curtas para motivar a discussão entre a turma!!! São curtas que estão no site www.curtanaescola.com.br

(Um Lugar Comum é a história de dois amigos bem diferentes que se conhecem e, juntos, plantam uma árvore símbolo de sua amizade. Este é muito interessante para discutir as relações humanas, principalmente quando existem muitas diferenças...)

(Era uma vez no Tibet. Um ocidental se afasta do mundo e busca retiro espiritual com seu mestre num monastério no Tibet.)

(O eixo do homem. Este filme trata da importância que as pessoas dão ao dinheiro. Seria ele o eixo do homem?)

 (O Paradoxo do passarinho revela várias atitudes que podemos ter: medo, ignorância, preguiça, rotina...)



sábado, 23 de abril de 2011

A História das Coisas

Este vídeo nos faz refletir sobre o modo como estamos levando a vida...nossos padrões de consumo exagerados...
Pensemos mais sobre o valor das coisas... E levemos essa reflexão para nossas aulas!


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ludicidade na Educação

         

        No contexto escolar ainda permanece a ideia de que as atividades artísticas, os momentos de brincadeira são perda de tempo, ou ainda, são tratados como tarefas menos importantes. Pela importância que deve ser atribuída ao desenvolvimento da criatividade, sensibilidade, afetividade, ressalto os princípios estéticos, propostos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil, como norteador do trabalho com crianças.
         A ludicidade deve ter amplo espaço de trabalho na Educação, onde o jogo, o faz de conta, a brincadeira com ou sem brinquedos, ganha espaço assumindo o fio condutor no desenvolvimento de potencialidades. Através da ludicidade, o professor pode trabalhar os conteúdos escolares de uma forma mais criativa, onde conceitos, conteúdos e valores são apreendidos através do jogo ou da brincadeira. O desenvolvimento da cognição, da fantasia, das diferentes linguagens e dos valores é facilitado pela possibilidade das brincadeiras facilitarem a compreensão de situações reais. No entanto, as brincadeiras não devem ficar aprisionadas à necessidade de se didatizarem, mas devem ocorrer de acordo com as necessidades dos educandos, mediadas pelo educador.
         Sendo assim, o trabalho sustentado com a ludicidade propicia um desenvolvimento integral da criança, pois favorece aspectos cognitivos, emocionais, físicos e psicológicos, já que é no faz de conta da brincadeira que a criança se depara com situações reais e a partir daí, constrói e amplia suas percepções e aprendizados.

“Apenas pela brincadeira as crianças têm a possibilidade de ampliar o mundo supostamente real.”
(WINNICOTT, D.W. Da pediatria à psicanálise. 3.ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988)

         Da mesma forma, a própria produção cultural das crianças presente tanto nas brincadeiras como nos trabalhos formais constituem mecanismos de inclusão social.

“Se a brincadeira é, por excelência, a atividade própria da criança, é por meio da brincadeira e das atividades lúdicas, entre seus pares, que a criança comprova seu papel de sujeito ativo, participativo e não apenas como consumidores de cultura mas, também, produtores. Como cultura, entende-se 'menos paisagem e mais olhar com que se vê'.”
(MARTÍN-BARBERO, J. Os exercícios do ver. São Paulo: Ed. SENAC, 2001)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Para saber um pouco mais...

Hoje, fala-se muito em inclusão! É "lei"! Mais do que concordar ou discordar, é importante que se tome consciência de seu papel enquanto educador e se posicione com atitudes perante a esta nova situação. A melhor atitude que se pode ter ao receber um aluno portador de necessidades educativas especiais é informar-se, aprender técnicas e mecanismos para ajudá-lo. Envio um vídeo sobre autismo muito esclarecedor!




Para refletir...

Há alguns anos atrás, nas Olimpíadas Especiais de Seattle, 
nove participantes, todos com deficiência mental ou física,  
alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos. 
Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada,  
mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.  
Todos, com exceção de um garoto, 
que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar. 
Os outros oito ouviram o choro. 
Diminuíram o passo e olharam para trás. 
Então eles viraram e voltaram. Todos eles. 
Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou, 
deu um beijo no garoto e disse: 
 - Pronto, agora vai sarar.
E todos os nove competidores deram os braços 
e andaram juntos até a linha de chegada. 
O estádio inteiro levantou e  
os aplausos duraram muitos minutos.  
E as pessoas que estavam ali, naquele dia,  
continuam contando essa história até hoje. 
Talvez os atletas fossem deficientes mentais ...  
mas, com certeza, não eram deficientes de sensibilidade ... 

E lá no fundo, todos nós sabemos,  
o que importa nesta vida é mais do que ganhar sozinho. 
O que importa nesta vida é ajudar os outros a vencer, 
mesmo que isso signifique diminuir o passo 
e mudar de curso.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Educação (Especial ?)


A presença do preconceito nas relações humanas é lugar comum, muito discutida no âmbito da Educação. Porém, precisamos analisar detidamente a questão e fugir do senso comum.
Este tema envolve muitas questões como pluralidade de etnias, multiculturalismo, inclusão social, entre outros.
Como nos esclarece a Declaração de Salamanca: "todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras, inclusive crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros grupos marginalizados."
Pensamos, portanto, qual o papel da escola formal diante deste universo heterogêneo? A escola é foco de discussões acerca de questões que envolvem o respeito às diferenças, porém confrontada por uma sociedade em frequente "processo civilizatório", dentro de um mundo cada vez mais competitivo. A questão é: civilizar é enriquecer ou civilizar é humanizar?
É preciso que se reflita sobre estes dilemas. É preciso levar em conta as necessidades cada vez mais urgentes dos alunos, de se criar um ambiente favorável para se aprender com prazer, considerando a todos, principalmente, os chamados especiais.
Que o ambiente escolar ganhe um relevo mais envolto de sentido que de pragmatismo. Deixo um trecho de Freinet para pensarmos:


"Não podemos, atualmente, pretender conduzir metódica e cientificamente as crianças; ministrando a cada uma delas a educação que lhe convém, iremos nos contentar com preparar e oferecer-lhes ambiente, material e técnica capazes de contribuir para sua formação, de preparar os caminhos que trilharão segundo suas aptidões, seus gostos e necessidades." 
Celestin Freinet, Para uma escola do Povo. São Paulo: Martins Fontes, 1996, pág. 10